Quando eu decidi ir pro Rio ver o Radiohead, minha cabeça só conseguia pensar: ‘Porra, vou ver os caras, não acredito!’. Quem me conhece, sabe que eu sou MUITO fã dos Hermanos, mas o tal do hiato me deixou meio desanimada, desempolgada com a banda e desde então fiquei mais na defensiva. Só cheguei a me desarmar mais com o ‘Little Joy’, que é muito bom e também porque eu acho o Amarante a alma da banda - e isso ficou muito claro no show. Mas, enfim, me perdi no meio da conversa :P. Então, eu sempre fui muito fã do Radiohead até o ‘Hail to the Thief’, quando dei uma surtada com aquela coisa toda meio louca e só voltei a curtir a banda mesmo com o ‘In Rainbows’, que é pra mim, um dos melhores discos dos últimos 20 anos.
E aí, quando os caras confirmaram a vinda, eu só conseguia pensar em vê-los, mesmo estando super feliz em ver o ‘retorno’ dos Hermanos. Então, mais uma vez, me piquei pro Rio, naquela secura de Thom Yorke. Ele, aliás, foi pra mim um dos pontos mais altos da noite! Com aquele jeitinho ‘gasguita’, magrela e cor de papel, ele surpreende quando a banda começa e vira um gigante no palco: carismático, performático e levando 30 mil pessoas ali, na hipnose, praticamente. Pelo menos foi assim comigo e eu mal conseguia olhar pro lado!
A banda entrou incitando a galera a bater palma pra ’15 Step’ (que baixo é esse nessa música, hein?) e de cara já dava pra sentir o clima do que estava por vir. Aí eles já emendaram com uma das músicas mais fantásticas de todos os tempos: “Airbag’. Mas o repertório dos caras estava impecável, passeando por toda a carreira, até pelo maldito “Hail...” e os momentos altíssimos do show pra mim foram, além do começo, “Just”, “House of Cards”, “No Surprises”, “Jigsaw Falling Into Place”, “There There” e “Creep”. Nessa última, eu quase tive uma síncope, com aquelas guitarras sincronizadas com a iluminação do palco, parecendo que a Apoteose ia explodir! Nossa! Aliás, o palco foi um show à parte! As luzes todas acompanhavam os solos de guitarra, quando não, um Yorke enfurecido lá em cima! E que som perfeito! Palmas para a produção do show.
Mas o que me ‘atraiu’ no Radiohead foi essa mistura do rock com elementos eletrônicos que eu sempre gostei. Sou fã declarada do Joy Division/New Order, Depeche Mode e essa galera toda do início dos anos 80, então essa mesclagem é algo que me encanta muito. Outra banda que segue essa vertente é o Franz Ferdinand, que eu amo, mas o Radiohead é diferente, porque é muito mais ‘roquenrou’ e eles evoluíram muito nesses 20 anos, atingindo um nível de maturidade musical muito difícil de se achar por aí. Depois de Roger Waters, o eles têm a medalha de prata no meu pódio pessoal de ‘espetáculos’. Inesquecível!
Bom, aproveitando essa onda do eletrônico e tal, falo logo do Kraftwerk, a surpresa da noite. Quer dizer, nem foi tanto assim, porque já imaginava que fosse gostar, mas eu acabei me amarrando muito mais do que pensava! Os tiozinhos alemães levaram a galera ao delírio com clássicos do ‘Autobahn’ e ‘The Man Machine’, que eu não conhecia, mas que já estou baixando. Fora que o lance da banda é muito surreal, de quatro caras lá em cima só no laptop fazendo aquele som meio louco, mas que com aquelas palavras no telão fazem todo sentido, sabe? E fora que eles já faziam isso em 1974, quando o mundo respirava rock e punk, ou seja, uma revolução no cenário musical da época e que continua arrebatando fãs mundo a fora, inclusive aqui. A escolha da banda pra anteceder o Radiohead fez todo sentido, algo do tipo, “olha, tudo começou com isso aqui e hoje vocês ouvem coisas fantásticas como isso aí”. Foi isso.
E quanto ao Los Hermanos? Bom, só Deus sabe o quanto me dói dizer isso, mas eu esperava infinitamente mais dos caras. Então assim, nem vou me estender muito pra também não fazer nem uma injustiça, porque por exemplo, o som não tava legal e de repente, isso pode ter desfavorecido. Mas o fato é que eles também não se esforçaram muito não. A banda estava ‘afinada’, pra quem não tocava junto há dois anos, mas não tinha ‘sangue na veia’, sabe? E teve uma hora que eu comecei a me constranger como fã e pelos fãs que estavam lá, se descabelando. Mas enfim, tiveram alguns momentos que salvaram o show, como ‘Sentimental’, que pra mim é escandalosamente insuportável de tão linda. E no final das contas, sempre tem Amarante, né? Aí não tem jeito...
Na verdade, as três bandas se reuniram pra tocar no ‘Just a Fest’ e o que eu achei mais legal é que os três grupos são de culto e não de massa, então os públicos eram diferentes, mas todo mundo naquela mesma ‘onda’ de estar ali vendo, ‘cultuando’ suas bandas preferidas. Então os shows tiveram muita emoção, essa troca de energia com o público, o que na minha opinião, é indispensável. E de resto, que Thom Yorke e sua trupe volte muitas e muitas mais vezes ao Brasil...porque com certeza, eu vou estar lá!
Segue o set list do Radiohead no Rio - em São Paulo a ordem foi diferente e parece que o show também, mas aí eu não saberia dizer porque detesto aquele lugar e não falo sobre isso :P
15 Step
Airbag
There There
All I Need
Karma Police
Nude
Weird Fishes/Arpeggi
The National Anthem
The Gloaming
Faust Arp
No Surprises
Jigsaw Falling Into Place
IdiothequeI Might Be Wrong Street Spirit (Fade Out)
Bodysnatchers
How To Disappear
Completely
Bis 1
Videotape
Paranoid Android
House of Cards
Just
Everything In Its Right Place
Bis 2
You and Whose Army?
Reckoner
Creep
segunda-feira, 23 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
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