quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Estamos carentes de música e de prêmios...

Podem falar o que quiser dos americanos, mas é fato: os caras sabem fazer ‘eventos musicais’ como ninguém! Eles seguem o cronograma, o ‘timing’ é sempre certo, o som nunca falha, a transmissão é perfeita e no final, acaba tudo como uma grande super produção.

No Brasil, infelizmente, ainda falta muito pra chegar nesse nível. Ontem, enquanto assistia o Prêmio Multishow de Música, um evento que já acontece há 16 anos, eu me perguntava: “Com esse tempo todo, não era pra coisa ter evoluído?”. Bom, se era, não foi o que aconteceu. O show estava confuso, cheio de falhas, os artistas que apresentaram os prêmios pareciam não ter ensaiado, os microfones não funcionavam direito e as apresentações musicais foram bem ruinzinhas. Acho que a mudança da casa do espetáculo, que antes acontecia no Teatro Municipal, não ajudou muito. O Citibank Hall é um lugar muito espaçado e ficou meio vazio, sem aquele ‘glamour’, que toda entrega de prêmio pede.

Mas achei que os problemas se concentraram mesmo na parte técnica e produção. Os apresentadores Edgar e Didi são sempre ótimos e já fazem isso há muito tempo, mas foi inadmissível ela entrar com a Pitty ao vivo no tapete vermelho e não saber se ela estava concorrendo ou não a algum prêmio. Era o básico, né? Também achei a apresentação da Fernanda Torres – sou fã, viu? – bem morna, parecia que ela não estava à vontade ali.

Os bons momentos existiram, lógico. Muito legal ver a Ivete com seu barrigão cantando com o Zeca Pagodinho; o show do D2 com Seu Jorge; teve também o Little Joy, considerada a atração internacional da noite e a merecida homenagem a Rita Lee - mesmo com aquele discurso sem noção e o bate-papo infantil de quase meia hora que ela bateu com a neta antes de subir no palco. A produção deve ter ficado louca! Achei ótimo terem colocado uma roqueira da nova geração como a Pitty para cantar suas músicas...uma pena que o som tava péssimo, assim como a voz dela.

Também foi super legal o prêmio TV Zé, com as paródias dos internautas para suas músicas favoritas e o ‘Prêmio Iniciativa’, dado às bandas que inovam na hora de divulgar seu trabalho, através de todo tipo de mídia. Isso é muito importante porque aproxima o artista do seu público e abre um leque de opções pra quem gosta de música poder aproveitar o que ela tem de melhor a oferecer.

Só que no final, o que mais me decepcionou foi a falta de grandes vencedores e revelações. Foi tudo muito repetido, as mesmas bandas, os mesmos vencedores de sempre...aqueles grupinhos emo detestáveis, NX Zero, Fresno, blá blá...gente, não dá pra ouvir uma música desses caras nem por dez segundos! Porra, elas são sempre IGUAIS, com letras chatas e arranjos medíocres. Fico pensando no quanto que o Brasil ainda é pobre musicalmente, sabe...eu não falo da música que foi feita há 30, 40 anos atrás. Falo de hoje em dia, de como a gente é carente de coisas novas que realmente valham a pena, que mostrem o quanto que podemos ser bons. Mas não. Salvo raras exceções, o que vemos e ouvimos é uma enxurrada de bandinhas no mesmo formato, com as mesmas músicas, as mesmas caras. Foi isso que vi no Multishow ontem e – mais do que os problemas ‘operacionais’ – o que mais me chamou a atenção. Uma pena.

Os vencedores da noite:

Melhor DVD - Marisa Monte, por "Infinito ao meu redor"
Melhor instrumentista - Deborah Teicher, da Banda Scracho
Melhor show - "Multishow ao vivo", Capital Inicial
Revelação - Banda Cine
Melhor música - "Amado", de Vanessa da Mata
Melhor cantora - Marisa Monte
Melhor CD - "Agora", Nx Zero
Prêmio iniciativa - Skank
Melhor cantor - Seu Jorge
Melhor clipe - "Ainda gosto dela", Skank
Melhor grupo - Fresno
Categoria TV Zé (vídeos da audiência) - "Dalila", de Ivete Sangalo, por Kadu Gauer

domingo, 9 de agosto de 2009

'Meu pai, meu herói...' :))

Minha mãe costuma contar que quando eu nasci, meu pai estava certo de que viria um menino – naquela época ainda não tínhamos os aparelhinhos mágicos que já matam a curiosidade dos pais logo nos primeiros meses de gestação. Mas aí, eu cheguei.... e desde que me entendo por gente, a minha ligação com esse ser humano incrível que é o meu pai, só cresceu.

Lá em casa somos só eu e meu irmão, uma família relativamente pequena, mas que tem uma força impressionante. Somos uma rocha...ali, os quatro, sempre unidos, não importa o que aconteça. E foi ele – junto com minha mãe – que ensinou, criou e reforçou esse conceito de família. Meu pai é único, um adorável paradoxo. Ele é um cabeça-dura na maioria das vezes, mas basta uma palavra de carinho pra que ele ‘pense melhor’. É um ‘bruto’, como dizem por aí, mas adora um afago e vive pedindo pra gente ‘coçar suas costas’. É machão, mas adora se deixar levar pela minha mãe. Vive reclamando de Lennon – nosso cachorro – mas basta o pobre chegar perto, que ele já faz um carinho – do jeito dele, né..mão pesada batendo na cabeça :P. Apesar das dificuldades da vida, está sempre disposto a ajuda, a se sacrificar pela gente. Quando descobri que estava grávida, lembro que estava tão nervosa, mas quando contei, ele abriu um sorriso que nunca vou esquecer e pela terceira vez na minha vida, vi aquele homenzarrão chorar como um bebê – a primeira foi quando passei no vestibular e a segunda quando me formei.

Ele me passou valores de moral, educação e de vida eternos. Uma das coisas mais incríveis que eu sempre achei, é que ele nunca mandou na gente. Quero dizer, é claro que ele dava suas ordens, mas em se tratando de decisões importantes, sempre dava a sua opinião. Ele nunca impôs nada pra mim ou meu irmão... dizia o que achava e muitas vezes, mais do que ele pensa, eu acatava. E tenho orgulho em dizer que nenhum dos dois nunca desrespeitou meus pais. E não lembro o dia em que brigamos ou deixamos de nos falar. Acho que isso nunca aconteceu lá em casa.

Tudo que sou hoje devo à formação que tive, à criação que meus pais me deram. É por isso que eu sempre penso que ele é a minha metade. Minha mãe é a outra. O que há de melhor em mim, foram eles que me deram e por isso são minhas almas gêmeas. Eu passei a vida vendo meu pai carregar a família nas costas, em toda e qualquer situação, lá estava ele, fazendo o melhor que podia o tempo todo. E o resultado é esse: uma família que se cuida, se admira, que quer sempre estar junta, perto um do outro.

Eu cresci amando loucamente Rubisney e tendo cada vez mais certeza da importância paterna na vida de uma pessoa. E tive muita sorte, pois sou rodeada delas. Tenho o privilégio de assistir de camarote, dia após dia, demonstrações lindas de amor, de figuras fantásticas ao meu redor...do meu pai, dos meus avôs, tios, do pai da minha filha e de Deh, claro :). Tenho a certeza que todas essas pessoas dão a sua parcela de contribuição para um mundo melhor, porque criam e criaram seres humanos maravilhosos.

Hoje, tenho a alegria e o orgulho de dizer que sou o que sou por causa dele. E no seu dia, mais uma vez, quem ganha o presente sou eu: meu pai de nome esquisito, que conquistou e conquista tantos amigos, um homem com um carisma peculiar, tão querido por todos à sua volta e amado pela sua família, o quarteto fantástico! :)

E eu sei que é clichê, mas não existe outra frase pra terminar a minha homenagem melosa nesse segundo domingo de agosto: ‘meu pai é sim, o melhor do mundo!’. E tenho dito!