Podem falar o que quiser dos americanos, mas é fato: os caras sabem fazer ‘eventos musicais’ como ninguém! Eles seguem o cronograma, o ‘timing’ é sempre certo, o som nunca falha, a transmissão é perfeita e no final, acaba tudo como uma grande super produção.
No Brasil, infelizmente, ainda falta muito pra chegar nesse nível. Ontem, enquanto assistia o Prêmio Multishow de Música, um evento que já acontece há 16 anos, eu me perguntava: “Com esse tempo todo, não era pra coisa ter evoluído?”. Bom, se era, não foi o que aconteceu. O show estava confuso, cheio de falhas, os artistas que apresentaram os prêmios pareciam não ter ensaiado, os microfones não funcionavam direito e as apresentações musicais foram bem ruinzinhas. Acho que a mudança da casa do espetáculo, que antes acontecia no Teatro Municipal, não ajudou muito. O Citibank Hall é um lugar muito espaçado e ficou meio vazio, sem aquele ‘glamour’, que toda entrega de prêmio pede.
Mas achei que os problemas se concentraram mesmo na parte técnica e produção. Os apresentadores Edgar e Didi são sempre ótimos e já fazem isso há muito tempo, mas foi inadmissível ela entrar com a Pitty ao vivo no tapete vermelho e não saber se ela estava concorrendo ou não a algum prêmio. Era o básico, né? Também achei a apresentação da Fernanda Torres – sou fã, viu? – bem morna, parecia que ela não estava à vontade ali.
Os bons momentos existiram, lógico. Muito legal ver a Ivete com seu barrigão cantando com o Zeca Pagodinho; o show do D2 com Seu Jorge; teve também o Little Joy, considerada a atração internacional da noite e a merecida homenagem a Rita Lee - mesmo com aquele discurso sem noção e o bate-papo infantil de quase meia hora que ela bateu com a neta antes de subir no palco. A produção deve ter ficado louca! Achei ótimo terem colocado uma roqueira da nova geração como a Pitty para cantar suas músicas...uma pena que o som tava péssimo, assim como a voz dela.
Também foi super legal o prêmio TV Zé, com as paródias dos internautas para suas músicas favoritas e o ‘Prêmio Iniciativa’, dado às bandas que inovam na hora de divulgar seu trabalho, através de todo tipo de mídia. Isso é muito importante porque aproxima o artista do seu público e abre um leque de opções pra quem gosta de música poder aproveitar o que ela tem de melhor a oferecer.
Só que no final, o que mais me decepcionou foi a falta de grandes vencedores e revelações. Foi tudo muito repetido, as mesmas bandas, os mesmos vencedores de sempre...aqueles grupinhos emo detestáveis, NX Zero, Fresno, blá blá...gente, não dá pra ouvir uma música desses caras nem por dez segundos! Porra, elas são sempre IGUAIS, com letras chatas e arranjos medíocres. Fico pensando no quanto que o Brasil ainda é pobre musicalmente, sabe...eu não falo da música que foi feita há 30, 40 anos atrás. Falo de hoje em dia, de como a gente é carente de coisas novas que realmente valham a pena, que mostrem o quanto que podemos ser bons. Mas não. Salvo raras exceções, o que vemos e ouvimos é uma enxurrada de bandinhas no mesmo formato, com as mesmas músicas, as mesmas caras. Foi isso que vi no Multishow ontem e – mais do que os problemas ‘operacionais’ – o que mais me chamou a atenção. Uma pena.
Os vencedores da noite:
Melhor DVD - Marisa Monte, por "Infinito ao meu redor"
Melhor instrumentista - Deborah Teicher, da Banda Scracho
Melhor show - "Multishow ao vivo", Capital Inicial
Revelação - Banda Cine
Melhor música - "Amado", de Vanessa da Mata
Melhor cantora - Marisa Monte
Melhor CD - "Agora", Nx Zero
Prêmio iniciativa - Skank
Melhor cantor - Seu Jorge
Melhor clipe - "Ainda gosto dela", Skank
Melhor grupo - Fresno
Categoria TV Zé (vídeos da audiência) - "Dalila", de Ivete Sangalo, por Kadu Gauer
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
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3 comentários:
Sem dúvida ainda temos muito o que aprender com os gringos! Como diria Tim Maia, falta grave, falta agudo, falta médio, falta TUDO!!!
Ponto alto por finalmente terem lembrado de Rita Lee. Pena que a homenagem que fizeram ficou muito aquém da grandiosidade dela. Mas, de qualquer forma, valeu.
Fresno como melhor grupo é a piada do século. O grande problema desses festivaias é que, paradoxalmente, quem decide é unicamente o público. Então, bandas que agradam aos "aborrecentes" paulistas acabam se saindo melhor, pois têm mais gente com tempo livre pra votar. O voto popular deveria ser mais um item a ser considerado e não o único.
No mais, você é linda escrevendo! :P
Mas essa min ha cunhaduxa escreve muito bem... aff que orgulho!!!!
NHÁ!!!!!!!!!!!!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Beijas
Ps. Não vi o Prêmio... ainda bem!!!!!!!!!
Amiga,
Não vi o prêmio, mas deu pra sentir os prós e contras da festa pelo post, super bem escrito por sinal (e nada cansativo de ler)!
Adorei!
Beijucas
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