segunda-feira, 24 de março de 2008

Ser mãe é...

Quando recebi a notícia de que estava grávida, devo confessar que a minha reação foi a de apatia. Eu não sabia direito o que sentir, então não senti muita coisa, até começar a enjoar, enjoar, enjoar! Diziam que no terceiro mês o mal estar iria embora...eu vomitei até o quinto - escovar os dentes era uma operação de guerra.

Mas a gravidez é realmente uma coisa especial. Ver as mudanças (nem sempre boas) no seu corpo é no mínimo, interessante. É impressionante como, a cada consulta, você ganha quilos em progressão geométrica (no nono mês, eu tinha 18 deles a mais...) e a partir do oitavo mês você implora pro seu médico fazer uma cesárea porque o peso da barriga dificulta até uma simples mijada no meio da noite. Aliás, uma não...um milhão! Eu nem sabia que era capaz de produzir tanto xixi! Mas quem se importa? Afinal, já que você não vai conseguir dormir mesmo por causa das dormências nos pés e da azia insuportável, por que não usar esse tempo para dar umas voltas no banheiro às três da manhã? Bobagem...

Ok, mas vamos parar de apavorar as ‘aspirantes a mamães’ e vamos começar a falar da parte boa da gravidez. Não vou mentir que eu não fui muito fã de ficar grávida, no sentido físico da coisa. Não sinto saudade nenhuma, até porque eu senti todos os sintomas que uma grávida pode sentir...mas é muito bom ver sua barriga crescendo...até porque, modéstia parte, a minha ficou linda (enorme, mas linda). É incrível sentir que, ali dentro, você está ‘cultivando’ uma serzinho. Que a cada dia que passa ele vai ganhando uma nova forma. É muito bom também quando você fica com a mala arrumada um mês antes da data prevista do parto e todo dia você coloca uma coisa que esqueceu, troca uma roupinha por outra mais bonita ainda e fica sonhando com o rostinho que só conhece através dos seus sonhos, ou no máximo, de uma foto de ultrasom 3-D.

Mas o melhor de tudo, tudo mesmo, é a maternidade, é o que vem depois de tanta espera, náusea e câimbra: o tal do serzinho! Acredite, se ser mãe não é o maior dos seus sonhos, isso muda rapidinho no primeiro segundo de vida do seu filho, no primeiro choro (ah, como a gente espera esse choro!), no primeiro contato, quando ainda berrando, o colocam pertinho de você e aí ele fica quietinho ali, só sentindo seu cheiro...te reconhecendo...

E ser mãe é realmente uma viagem...a melhor de todas! É uma experiência única, é estressante, é angustiante, é difícil, muito difícil, mas também é recompensadora, generosa, doadora e doce. A minha jornada começou no dia 22 de fevereiro de 2006, quando a Malu chegou J Eu tinha certeza absoluta que seria ‘Pedro’ (não sei de onde tirei a idéia de que criar menino seria mais fácil...como eu poderia saber?), mas Maria Luísa se mostrou pra gente ainda no terceiro mês de gestação e eu, que jurei não ser ‘mamãe-clichê’, fui direto pra uma loja e comprei um vestidinho TODO rosa!

Nos três primeiros meses seguintes ao nascimento dela, eu achei que ia pirar. Não dormia, não comia, tomava banho em cinco segundos e demorava uma hora e meia pra colocar uma cinta que apertava até o meu cérebro. E isso com a ajuda de, no mínimo, três pessoas! Aí então começava a minha luta diária pra conseguir amamentar. E acreditem, essa é a parte ‘nada mágica’ da maternidade. É dolorido e frustrante. Bom, pra não causar a revolta das mamães vaquinhas leiteiras, pelo menos comigo foi assim e afinal, eu tô contando a minha experiência, né? Já ouvi casos de mulheres que conseguem encher uma garrafa de 2L de coca-cola com leite materno! Mas eu não tinha muito e acabei machucando o peito feio por causa da neurose de só dar leite materno à ela. Até que um dia eu cismei e comecei a dar o bom e velho NAN. Foi o começo de um período menos estressante.

Mas não se iludam. O estresse ainda existe e sempre vai existir. Criar um filho é uma luta diária, cercada de incertezas e inseguranças. Quantas vezes já me peguei pensando no que vou dizer quando ela perguntar como se faz um neném...ou quando ela me disser que deu o primeiro beijo, ou que está namorando. Me pego pensando no quanto eu quero fazer as coisas certas (se é que elas existem), tento me espelhar na maneira como fui criada pelos meus pais e aí vejo que a base de tudo é o amor mesmo. E isso eu tive e tenho de sobra. A partir daí, as outras coisas aparecem naturalmente: respeito, carinho, educação, honestidade. Rezo todo dia pra que minha filha seja honesta. Com os outros e principalmente com ela mesma!

Mas fora esse lance da criação, é incrível ver o desenvolvimento dela. É incrível ver como ela aprende rápido, fala tudo, é esperta, doce, é incrível ver a sua personalidade se formando e notar que ela se parece tanto comigo (será que isso é bom?). E agradeço todos os dias por ela ser uma criança saudável, porque era isso que eu pedia todos os dias enquanto ela estava na minha gigante barriga: “Que ela venha saudável”...e veio...e é linda...foi feita com amor e é amada até não agüentar mais. E é isso que eu quero pra ela sempre! E o que eu posso dizer da maternidade hoje, é que cada dia eu vejo que ainda tenho MUITO o que aprender, mas até que tô pegando a manha rapidinho. Há dois anos, minha vida mudou de tal maneira que às vezes eu nem sei direito se eu existo, porque ela vem sempre em primeiro lugar. É em Malu que eu penso desde o primeiro minuto do dia até o último, quando vou dormir. As minhas decisões são sempre baseadas no que eu acho que pode ser melhor pra ela. E tomara que ela me perdoe no futuro se achar que eu poderia ter feito diferente.

Só pra listar alguns dos momentos surreais, em que eu pensei o quanto ser mãe é incrível:

1- Quando ela deu o primeiro sorriso
2- Quando ela deu a primeira gargalhada
3- Quando ela deu os primeiros passos
4- Quando falou ‘mamãe’ pela primeira vez
5- Quando ela aprendeu a comer sozinha
6- Quando ela olhou pra mim e falou “gotóoooosa” apertando minha bochecha...
7- Quando presenciei a primeira cena de carinho entre ela e Lennon, o mascote da família
8- Quando ela foi pra escola pela primeira vez
9- Quando ela aprendeu a falar ‘caraca, maluco’ (essa é fantástica...)
10- Quando vejo ela reconhecendo todo mundo da família, chamando de ‘titio fulano’, ‘titia fulana’
11- Quando ela falou pela primeira vez o nome dos quatro Beatles (Paul, John, ‘Bingo’ e George)
12- Quando eu pergunto se ela ama mamãe e ela diz que ‘mama’. Essa, sem dúvida, é a melhor de todas!

Eu poderia passar horas e horas aqui enumerando as coisas que ela faz e diz, mas eu sou só um mãe babona mesmo...e quer um conselho? Seja uma você também, porque é bom demais!!

3 comentários:

Unknown disse...

NESSE MEU MOMENTO GRAVÍDICO HEIN DE CONCORCAR EM ALGUMAS PARTES COM VOCÊ, E SEMPRE A ESPERA DE MOMENTOS COMO INCRÍVEIS FALAR,SORRIR E ANDAR.
EU ACREDITO PIAMENTE QUE A MATERNIDADE É REALMENTE INCRIVELLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL, AINDA MAIS AGORA QUE O BENTO TÁ MEXENDO.. COMO PODE .. É O MUST!
NO MAIS UM BEIJÃO NA MALU Q É REALMENTE ADORÁVEL E DOCE E UM ESPECIAL PRA VC

Anônimo disse...

Oi amiga!!!! É ler este depoimento e ter certeza que vai rolar uma choradinha...
Até quem não tem vontade de ser mãe se empolga em fazer logo um (a) "serzinho" desse.
Imagine eu depois de ter lido hein...
bjosssssssss
Nanda Lima

Paula Dantas disse...

Adorei o post. Um dos seus melhores!!!!

Mas tenho certeza q só vou entendê-lo melhor quando eu for mãe, uma coisa que ainda não está nos planos... Quem sabe um dia? Às vezes eu quero muito, às vezes não quero nem pensar na idéia...

Bom, vâmo pra frente, quem sabe quando o cara certo aparecer eu não pire na idéia de criar "um trocinho" desses? Au! :p

Beijos