quinta-feira, 4 de junho de 2009

Kings of Leon: do Sul para o Indie Rock, com louvor!

Desde o início da década, me apaixonei pelo ‘indie rock’ e venho acompanhando algumas bandas que se lançaram na época. São as minhas ‘apostas pessoais’, uma galera que surgiu depois de uma ‘parada’ no cenário musical e que faz um som de ótima qualidade. E aí eu comecei a escutar algumas coisas que pesquisava na internet ou ouvia na MTV, quando eu ainda era uma telespectadora assídua do canal. Então, ‘adotei’ algumas – Franz Ferdinand, Strokes, White Stripes, Raconteurs, Arctic Monkeys, Bloc Party e por aí vai... – e fico sempre esperando ansiosamente pelo lançamento de qualquer material novo dessa pessoal.

Uma dessas bandas que me chamou atenção logo de cara foi o ‘Kings of Leon’. Primeiro pela voz de Caleb Followill, que tem um timbre bem particular, agudo e rouco ao mesmo tempo – não sei bem explicar, mas que é do tipo que eu gosto de escutar – e depois porque eles tocam o rock que eu gosto de ouvir: simples e forte...como whisky puro, que desce rasgando.

E isso é bem evidente no primeiro disco da banda, o "Youth and Young Manhood”, com as já clássicas ‘Holly Roler Novocaine’, ‘California Waiting’, ‘Red Morning Light’ e o hit ‘Molly’s Chambers’, que tocou muito na época...provavelmente vocês já ouviram. O disco foi um sucesso e como de costume, as bandas que estouram logo de primeira, sucumbem ao desespero de ter a todo custo, que superar o trabalho anterior. Na minha opinião, o “Aha Shake Heartbreak” foi o resultado da sobra, do que não entrou no primeiro e aí não deu outra: ficou repetitivo. No entanto, boas músicas como ‘King of the Rodeo’ e ‘Pistol of Fire’ salvaram a pátria. O terceiro e insuportável “Because of the Times” fez com que eu desse um tempo na banda, porque é um disco realmente chato, lento e distante de tudo que eles tinham feito até então.

Porém, com o lançamento de “Only by the Night”, parece que os caras se acharam de novo. O álbum concorreu na categoria "Melhor Álbum de Rock" no Grammy e com o single “Sex on Fire’, recebeu duas nomeações: "Melhor Performance de Rock por Duo ou Grupo com Vocais" e "Melhor Canção de Rock", além de ter recebido o prêmio de "Álbum do Ano" de 2008 pela Q Magazine e eleito pela revista Rolling Stone como o 20º melhor álbum do mesmo ano.

Aplausos para as excelentes ‘Sex on Fire’, com ótimos arranjos e riffs, ‘Use Somebody’, que com certeza vai virar um hit nesses canais de música, ‘Crawl’ - com guitarras pesadas e muitos efeitos, além da religiosidade da banda em versos como ‘The reds and the whites and abused, the crucified USA, I said the prophecy unfolds, all hell is surely on its way’ – e ‘Closer’, também cheia dos efeitos.

Por falar neles, os efeitos nas músicas parecem ter permitido uma inovação na banda, geralmente com um som bem cru. Funcionou. Eles conseguem manter o rock na veia mesmo experimentando novos sons, coisa que na maioria das bandas alternativas acaba se transformando no ‘feitiço que virou contra o feiticeiro’.

O fato da ‘Kings of Leon’ ser uma banda muito boa tecnicamente ajuda, é claro. A qualidade do som do ‘Only...’ é impecável, os arranjos são muito bem feitos e eles evoluíram nitidamente no quesito composição. Ao vivo eles provam a minha ‘teoria’ e incendeiam platéias, tudo bem ao estilo ‘rock do sertão’ – isso porque a banda é de Nashville, no Tennessee.

Formado pelos irmãos Caleb (guitarra e vocal), Jared Followill (baixo), Nathan Followill (bateria) e pelo primo Matthew Followill (guitarra), durante toda a infância e começo da adolescência eles tiveram uma educação muito rígida, estudaram em casa e eram proibidos de assistir televisão ou ouvir música secular. Enquanto o pai ainda fazia parte da associação religiosa, os caras faziam parte da banda da igreja.

Depois de muito sucesso e primeiros lugares na Europa e Oceania, só com o disco mais recente eles foram, finalmente, reconhecidos pelos próprios conterrâneos, que sempre tiveram preconceito com tudo que vem do Sul do país. Mas como eu sempre digo e repito que os americanos não sabem nada de música (salvo raras exceções), recomendo pra quem não conhece o trabalho da banda. Uma dica: comece pelo “Young...”, primeiro disco e depois pule pra o “Only...”. Daí já vai dar pra sacar qual é a dos caras e o mais importante: a evolução fantástica, que pode ser a transformação de uma ‘Kings of Leon’ com seu rock sulista em uma consagrada banda de indie rock – e das melhores.

2 comentários:

Andre Dantas disse...

Whisky puro e rock são sempre muito bem vindos. Combinação que se torna perfeita pra mim quando você entra pra formar um trio :P

E se forem Jack Daniel's e Kings of Leon, ambos vindos do Tennessee, vêem com tudo mesmo! Eu sou fã dos dois!!!

Ainda não ouvi o disco novo, mas tô ansioso pra roubar do seu Ipod :))

Essa semana eu vou colocar uma dose do meu bom e velho amigo Jack e colocar o novo album do Kings ... tenho certeza que essa combinação, com cara de rock sertão, vai ser perfeita pra animar nossa noite!!!

Ótimo texto, como sempre. Depois que ouvir o disco comento de novo tá :)

continue assim linda e talentosa! :P

Jornalista Grace Melo disse...

Caros jornalistas,


Estudamos, ralamos muito, já tivemos o menor piso salarial do Brasil, estudamos mais e cumprimos um código de ética, cumprimos as leis que regulamentam nossa profissão. Nos preocupamos com o próximo, vivemos diariamente as mazelas do povo, lutamos por uma sociedade mais justa e igualitária. Somos guerreiros, somos profissionais e precisamos mostrar a nossa decepção e indignação com a decisão do supremo. Na última quinta-feira, durante sessão na Assembléia Legislativa de Sergipe os deputados presentes se disseram contrários a este retrocesso, alguns deles estavam boquiabertos com a decisão. Como aquele foi um dia morno por lá (poucos parlamentares presentes e poucos profissionais de imprensa) o deputado Garibalde sugeriu que aconteça na sessão da próxima segunda-feira uma discussão, um debate entre os parlamentares a respeito do assunto. Semana que vem é a última de trabalho dos parlamentares nesse semestre e precisamos nos fazer presentes. Todos os jornalistas que acabam de ‘perder’ sua profissão estão convidados a comparecer à assembléia legislativa na próxima segunda-feira às 15:00 vestidos de preto e portando nas mãos o símbolo da nossa indignação com a morte do jornalismo no Brasil: uma colher de pau. Ainda existe chance de reverter esta situação, basta que estejamos de braços dados.

O QUE: PROTESTO DOS JORNALISTAS CONTRA A DECISÃO DO STJ QUE ACABOU COM A OBRIGATORIEDADE DO DIPLOMA PARA EXERCER A PROFISSÃO

QUANDO: SEGUNDA-FEIRA, ÀS 15:00 HORAS

ONDE: ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE SERGIPE


Repasse esta informação para todos os jornalistas que atuam em Sergipe e para todos os estudantes de jornalismo. Vamos fazer ouvir a nossa indignação.