terça-feira, 20 de outubro de 2009

Eles cresceram! O tão aguardado ‘Humbug’, do Arctic Monkeys, agrada fãs e – principalmente – crítica.

'Humbug' - apesar do nome, que significa ‘farsa’ - é muito verdadeiro


É...parece que os garotinhos de Sheffield cresceram. Analisando ‘friamente’, a banda atingiu um nível muito superior aos seus antecessores – ‘Whatever People Say I am, That’s What I’m Not’ e ‘Favourite Worst Nightmare’ – mas por outro lado, senti falta do som de garagem da banda, do rock ‘visceral’ que eles vinham fazendo até então e da voz moleque, meio sem jeito do Alex Turner, que aparece com voz de homem feito nessa nova viagem do Arctic, que é o ‘Humbug’.

Considerados por muitos a ‘salvação’ do rock assim que surgiu em 2006, Alex Turner, Jamie Cook, Nick O’Malley e Matt Helders tomaram conta da cena musical na época e colecionaram prêmios importantes – de dar inveja a qualquer veterano – dentre eles, o de melhor banda do mundo da atualidade, realizado pela revista Q Magazine. Mas exageros à parte, os meninos são mesmo muito talentosos, sabem o que fazem (pude conferir ao vivo em 2007, no TIM Festival – http://kakasbarbosa.blogspot.com/2008/02/what-fuck-are-arctic-monkeys.html) e talvez o álbum que consolide de vez esse talento.

Produzido por Josh Homme, líder do Queens of the Stone Age, o álbum ganhou peso, densidade e parece ter sido mesmo feito por gente grande. O som do grupo está mais maduro, mas também menos dançante e eletrizante do que antes, o que tornava o Arctic delicioso de se ouvir. Paradoxalmente, acho que o ar sério e até meio sombrio do disco, o deixa menos enjoado e repetitivo.

Alex Turner, que foi eleito pela publicação musical inglesa NME como 'o homem mais cool do planeta'

Como já disse, a voz do Alex está mais audível, menos ‘esganiçada’ e com menos efeitos do que nos outros CDs. O baterista Matt Helders, como sempre, destrói tudo e pra mim, é o melhor músico da banda. Desde o 1º disco, ele sempre chamou atenção pela pegada forte e o ritmo contagiante. Em ‘Humbug’, Helders aumenta ainda mais o volume, dando mais força e peso às músicas, que continuam concisas, rápidas e eficazes. Adoro isso.

Os pontos altos, na minha opinião, são: “Pretty Visitors” (a guitarra pesada e arrastada divide os ritmos desse rock ‘quebrado’ e legítimo), “Fire and the Thud” (uma mistura de ‘The Coral’ e ‘Weezer’ que deu certo. Acho que é o melhor vocal de Alex no disco, com tons que variam de sexy ao clássico), “Secret Door” (uma das músicas mais bonitas e bem produzidas do CD) e “My Propeller” (com uma pegada lenta, mas forte, a faixa de abertura já mostra a que veio. Daria fácil uma trilha de 007).

Acredito que a carreira do grupo pode ser comparada ao amadurecimento de um jovem, passando pela puberdade, uma fase de transformação e aprendizado – bastante produtiva e criativa – e que agora chega à fase adulta: completa, madura e sonoramente evoluída. Que eles conservem essa maturidade nos próximos anos e quem sabe, cheguem à ‘velhice’ com o mesmo corpinho de 20 que os consagrou como umas das melhores bandas de sua geração.















sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Parabéns, Beautiful Boy!



"Life is what happens to you when you're busy making other plans"

domingo, 4 de outubro de 2009

O Franz ‘quebra tudo’ em São Paulo...e eu estava lá!

Ainda estou em estado de choque, depois de um dos momentos mais surreais da minha vida: o show do Franz Ferdinand, a banda mais fantástica do universo!

A BANDA

Definitivamente, toda uma saga para conseguir um ingresso – dentre apenas os 500 que foram colocados à venda – e vencer a resistência pra ir à São Paulo, foram plenamente recompensados por Alex Kapranos, Nick McCarthy, Bob Hardy e Paul Thomson. E mais... me arrisco a dizer que foi o melhor show da minha vida. Fui a muitos outros incríveis, mas juntando o fato de que sou fanática pela banda e que vi os caras a menos de dez metros, não tem como não ter sido!

Kapranos e seu bigodinho 'a la latin lover' :P

O lugar do show, a The Week, é uma boate em SP super transada, com uma área externa linda, piscina e o galpão onde aconteceu o show para 1.300 pessoas. Com meia hora de atraso, Kapranos foi o primeiro a entrar no palco, soltando um sonoro ‘Boa noite, SP, tudo bem?”(em português mesmo). O lugar veio a baixo!

Impecavelmente vestido e com um bigodinho ‘novo’, como sempre ele é um show à parte. Com um carisma (aliás, a banda toda) enorme, ele dança o tempo todo, rodopia, bate palma, manda a galera ‘quebrar tudo’ (em português, de novo) o tempo todo, se joga no meio do povo e se amarra nos puxões e apertões que leva. Aliás, vale aqui um registro de uma fã ensandecida – essa que vos escreve – do momento da noite! Estou eu, pulando e cantando, quando percebo que Nick – o guitarrista – está subindo pelas grades do camarote, justamente em cima de onde eu estava! Não pensei duas vezes e me joguei com uma galera, seguindo o cara até ele chegar em seu novo palco: o balcão do bar, com guitarra em punho. E eu lá, embaixo, quando de repente ele resolve cair nos braços da galera, que fez a festa, né! Eu fui logo na guitarra! E entre apertos e empurrões, vou poder guardar essa cena MARA pra sempre!

O momento auge da noite: Nick no meio da galera!

Bom, mas vamos aos detalhes do show...o som estava impecável, limpo, na altura certa. Me arrepiava a cada minuto com a voz imponente, mas doce, de Kapranos, os riffs destruidores de McCarthy e a bateria incontrolável de Paul. E foi assim o show inteiro..uma energia contagiante. Eles começaram com “No You Girls”, do novo CD e emendaram com “Dark of the Matinee”, mas o set list passeou muito pelos três discos da banda nas quase duas horas de show.

Mesmo com os sintetizadores sempre presentes, é impressionante como o Franz não perde sua identidade como uma banda de rock – e das melhores. É vibrante e dançante e esse é mesmo o objetivo do grupo, que se diverte muito no palco, se acaba junto com o público. Foi isso que me encantou logo no começo, em 2004, com o disco ‘Franz Ferdinand’ e mesmo depois com ‘You Could Have it so Much Better’ e ‘Tonight’, eles só evoluíram.

Brigado vcs, viu? :)

E o show foi feito de pequenos momentos deliciosos, que levaram o público ao delírio inúmeras vezes, como Kapranos tocando os sintetizadores com baquetas, a banda toda tocando bateria ao mesmo tempo em “Outsiders’ e o final hipnotizante com uma versão mais acelerada e curta “Lucid Dreams”, que encerrou o espetáculo.

É claro que eu não poderia deixar de dizer que a companhia da minha cunhadíssima Raquel deu um toque todo especial ao momento, neah? AMO!

Pros fãs que não conseguiram o ingresso, boas notícias! A banda confirmou em coletiva que fará uma turnê pelo Brasil, passando pelo Rio, SP, Porto Alegre e Brasília. Eu iria de novo com toda certeza, se uma outra paixão minha – Coldplay – não tivesse confirmado show no Rio nessa mesma época...mas aí é uma outra história..ou melhor, um outro post :)

Até lá, muitas lembranças maravilhosas do Franz...e alguém advinha o que veio tocando no meu I-pod no caminho de volta? :P

Eu e cunhadíssima nesse momento INCRÍVEL! Né, Kekel? :P

Segue o set list do show:

“No You Girls”
“The Dark of the Matinée”
“Walk Away’
“Tell Her Tonight”
“Can’t Stop Feeling”
“Do You Want To”
“Bite Hard”
“This Fire”
“What She Came For”
“Take Me Out”
“Ulysses”
“40′”
“Outsiders”

Bis

“Michael”
“Van Tango”
“Turn It On”
“Lucid Dreams”

terça-feira, 29 de setembro de 2009

MEU MUNDO POR FRANZ FERDINAND!



EM SAMPA PRA VER OS CARAS MAIS 'COOL' DO MUNDO DA MÚSICA! NA VOLTA CONTO TUDO!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Nando Reis e sua poesia cotidiana

Como alguns já sabem, eu não gosto de muita coisa na música nacional. Quer dizer, até gosto, mas consigo contar nos dedos das mãos o que eu realmente escuto. É claro que eu respeito muito artista brazuca, mas acompanhar mesmo... poucas coisas.

Nando Reis é, definitivamente, um artista brasileiro que me cativou logo de cara, quando saiu dos Titãs e começou a fazer suas melhores músicas. No seu novo trabalho, ‘Drês’, ele assume de vez o lugar que lhe é de direito: o do maior poeta do cotidiano do rock brasileiro. Eu digo cotidiano porque pra mim, Nando Reis tem o dom muito especial de conseguir transformar situações do dia a dia, da vida dele, coisas e problemas geralmente clichês no mundo todo - uma briga com a namorada, um amor perdido, uma relação problemática com um filho, a perda de alguém querido – em poesias lindas e sem soar chato, piegas ou repetitivo. Ele sempre consegue falar de amor, por exemplo, sob uma ótica diferente, de uma forma que eu ainda não tinha conseguido enxergar. E isso é muito difícil de se fazer.

O CD é todo bom, mas em alguns momentos ele se supera. Em ‘Ainda Não Passou’ (já bombando nas rádios), por exemplo, ele fala de separação de uma forma tão direta e verdadeira, que até dói... tipo “não tem remédio pra curar essa dor que ainda não passou, mas vai passar”. E não é?

O velho violão continua presente em quase todo o disco, com toques de teclados e solos muito bons, mas em ‘Drês’ – música título e a mais ‘pancada’ do disco – por exemplo, a introdução com a guitarra pesadona dá uma pegada bem roquenrou. Em ‘Livre Como Um Deus’, além de versos fantásticos como ‘erros e acertos são filhos do mesmo pai’, um riff de guitarra belíssimo na introdução também dá o tom do tal do rock.

Em ‘Baby, Eu Queria’, a balada romântica, como sempre - ‘prefiro chorar com a certeza de que essa paixão me fez um homem melhor’ - o clichê vira poesia das mais simples e completas. Adoro as baladinhas românticas de Nando Reis.

Me emocionei horrores quando ouvi ‘Só pra So’ – destaque pra introdução descarada que ele ‘guelou’ do George Harrison em ‘If Not For You’, de quem é fã, diga-se de passagem. Foi uma das músicas que mais mexeu comigo porque ele fez pra filha, Sofia, se desculpando por não ter sido um pai presente ao longo dos anos. Depois de ‘Espatódea’, feita pra Zoé, a caçula, essa é definitivamente uma das declarações mais lindas de pai pra filha que eu já ouvi.

Agora, pra mim, a música mais sensacional do disco é mesmo ‘Pra Você Guardei o Amor” (recomendo, viu? Baixem pelo menos essa), com a participação da queridinha do momento, Ana Cañas. Na verdade é um dueto todo na voz e violão, mas a letra é daquelas declarações de amor que faz você chorar só de ouvir. E o final meio ‘Hello Goodbye’, dos Beatles, é pra deixar qualquer fã doido...aliás, essa influência beatle que ele sempre carrega também me derruba logo. É linda mesmo! Vejam: http://www.youtube.com/watch?v=kpnoEdHKib0

Tem outros bons momentos também...’Conta’, onde ele lamenta a perda da mãe, ‘Diamante’, ‘Mosaico Abstrato’... mas as baladas criativas são, com certeza, o excelente resultado final desse disco, o maior exemplo de como fazer pop de qualidade, com letras inteligentes, arranjos fantásticos e que funciona muito bem ao vivo. Também ajuda muito o fato de que ele reuniu uma banda sensacional, com músicos excelentes, com uma química no palco que é impressionante. Dá pra ver no show o quanto que eles se divertem. Acho que essa é a chave, o segredo do sucesso de um dos poucos ótimos sons brasileiros que ainda circulam por aí. Siga em frente, Nando!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Mais um 11/9 ....





Há oito anos eu sempre escrevo alguma coisa no dia 11/9....há oito anos eu estava no olho do furacão. Foi difícil, mas também foi um aprendizado morar lá bem nessa época. Então, esse ano vou fazer diferente...não vou escrever nada. Vou postar umas fotos do meu retorno sete anos depois. Exatamente no dia 11/9/2008, eu cheguei nos EUA, mais precisamente em NYC. Loucura pegar um avião nesse dia? Pode ser...pra mim foi mesmo um exorcismo :P E foi uma 'temporada' inesquecível...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

09/09/09: É HOJE!!!!


Em 9/9/9, Beatles entram para o século XXI



Game dos Beatles tem venda à meia-noite nos EUA





E TAMBÉM:

Yoko Ono diz que catálogo dos Beatles será lançado no iTunes nesta quarta


SE É UM DIA CABALÍSTICO OU NÃO, EU NÃO SEI...SÓ SEI QUE É UM DIA BEATLE DEMAIS!!!


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Estamos carentes de música e de prêmios...

Podem falar o que quiser dos americanos, mas é fato: os caras sabem fazer ‘eventos musicais’ como ninguém! Eles seguem o cronograma, o ‘timing’ é sempre certo, o som nunca falha, a transmissão é perfeita e no final, acaba tudo como uma grande super produção.

No Brasil, infelizmente, ainda falta muito pra chegar nesse nível. Ontem, enquanto assistia o Prêmio Multishow de Música, um evento que já acontece há 16 anos, eu me perguntava: “Com esse tempo todo, não era pra coisa ter evoluído?”. Bom, se era, não foi o que aconteceu. O show estava confuso, cheio de falhas, os artistas que apresentaram os prêmios pareciam não ter ensaiado, os microfones não funcionavam direito e as apresentações musicais foram bem ruinzinhas. Acho que a mudança da casa do espetáculo, que antes acontecia no Teatro Municipal, não ajudou muito. O Citibank Hall é um lugar muito espaçado e ficou meio vazio, sem aquele ‘glamour’, que toda entrega de prêmio pede.

Mas achei que os problemas se concentraram mesmo na parte técnica e produção. Os apresentadores Edgar e Didi são sempre ótimos e já fazem isso há muito tempo, mas foi inadmissível ela entrar com a Pitty ao vivo no tapete vermelho e não saber se ela estava concorrendo ou não a algum prêmio. Era o básico, né? Também achei a apresentação da Fernanda Torres – sou fã, viu? – bem morna, parecia que ela não estava à vontade ali.

Os bons momentos existiram, lógico. Muito legal ver a Ivete com seu barrigão cantando com o Zeca Pagodinho; o show do D2 com Seu Jorge; teve também o Little Joy, considerada a atração internacional da noite e a merecida homenagem a Rita Lee - mesmo com aquele discurso sem noção e o bate-papo infantil de quase meia hora que ela bateu com a neta antes de subir no palco. A produção deve ter ficado louca! Achei ótimo terem colocado uma roqueira da nova geração como a Pitty para cantar suas músicas...uma pena que o som tava péssimo, assim como a voz dela.

Também foi super legal o prêmio TV Zé, com as paródias dos internautas para suas músicas favoritas e o ‘Prêmio Iniciativa’, dado às bandas que inovam na hora de divulgar seu trabalho, através de todo tipo de mídia. Isso é muito importante porque aproxima o artista do seu público e abre um leque de opções pra quem gosta de música poder aproveitar o que ela tem de melhor a oferecer.

Só que no final, o que mais me decepcionou foi a falta de grandes vencedores e revelações. Foi tudo muito repetido, as mesmas bandas, os mesmos vencedores de sempre...aqueles grupinhos emo detestáveis, NX Zero, Fresno, blá blá...gente, não dá pra ouvir uma música desses caras nem por dez segundos! Porra, elas são sempre IGUAIS, com letras chatas e arranjos medíocres. Fico pensando no quanto que o Brasil ainda é pobre musicalmente, sabe...eu não falo da música que foi feita há 30, 40 anos atrás. Falo de hoje em dia, de como a gente é carente de coisas novas que realmente valham a pena, que mostrem o quanto que podemos ser bons. Mas não. Salvo raras exceções, o que vemos e ouvimos é uma enxurrada de bandinhas no mesmo formato, com as mesmas músicas, as mesmas caras. Foi isso que vi no Multishow ontem e – mais do que os problemas ‘operacionais’ – o que mais me chamou a atenção. Uma pena.

Os vencedores da noite:

Melhor DVD - Marisa Monte, por "Infinito ao meu redor"
Melhor instrumentista - Deborah Teicher, da Banda Scracho
Melhor show - "Multishow ao vivo", Capital Inicial
Revelação - Banda Cine
Melhor música - "Amado", de Vanessa da Mata
Melhor cantora - Marisa Monte
Melhor CD - "Agora", Nx Zero
Prêmio iniciativa - Skank
Melhor cantor - Seu Jorge
Melhor clipe - "Ainda gosto dela", Skank
Melhor grupo - Fresno
Categoria TV Zé (vídeos da audiência) - "Dalila", de Ivete Sangalo, por Kadu Gauer

domingo, 9 de agosto de 2009

'Meu pai, meu herói...' :))

Minha mãe costuma contar que quando eu nasci, meu pai estava certo de que viria um menino – naquela época ainda não tínhamos os aparelhinhos mágicos que já matam a curiosidade dos pais logo nos primeiros meses de gestação. Mas aí, eu cheguei.... e desde que me entendo por gente, a minha ligação com esse ser humano incrível que é o meu pai, só cresceu.

Lá em casa somos só eu e meu irmão, uma família relativamente pequena, mas que tem uma força impressionante. Somos uma rocha...ali, os quatro, sempre unidos, não importa o que aconteça. E foi ele – junto com minha mãe – que ensinou, criou e reforçou esse conceito de família. Meu pai é único, um adorável paradoxo. Ele é um cabeça-dura na maioria das vezes, mas basta uma palavra de carinho pra que ele ‘pense melhor’. É um ‘bruto’, como dizem por aí, mas adora um afago e vive pedindo pra gente ‘coçar suas costas’. É machão, mas adora se deixar levar pela minha mãe. Vive reclamando de Lennon – nosso cachorro – mas basta o pobre chegar perto, que ele já faz um carinho – do jeito dele, né..mão pesada batendo na cabeça :P. Apesar das dificuldades da vida, está sempre disposto a ajuda, a se sacrificar pela gente. Quando descobri que estava grávida, lembro que estava tão nervosa, mas quando contei, ele abriu um sorriso que nunca vou esquecer e pela terceira vez na minha vida, vi aquele homenzarrão chorar como um bebê – a primeira foi quando passei no vestibular e a segunda quando me formei.

Ele me passou valores de moral, educação e de vida eternos. Uma das coisas mais incríveis que eu sempre achei, é que ele nunca mandou na gente. Quero dizer, é claro que ele dava suas ordens, mas em se tratando de decisões importantes, sempre dava a sua opinião. Ele nunca impôs nada pra mim ou meu irmão... dizia o que achava e muitas vezes, mais do que ele pensa, eu acatava. E tenho orgulho em dizer que nenhum dos dois nunca desrespeitou meus pais. E não lembro o dia em que brigamos ou deixamos de nos falar. Acho que isso nunca aconteceu lá em casa.

Tudo que sou hoje devo à formação que tive, à criação que meus pais me deram. É por isso que eu sempre penso que ele é a minha metade. Minha mãe é a outra. O que há de melhor em mim, foram eles que me deram e por isso são minhas almas gêmeas. Eu passei a vida vendo meu pai carregar a família nas costas, em toda e qualquer situação, lá estava ele, fazendo o melhor que podia o tempo todo. E o resultado é esse: uma família que se cuida, se admira, que quer sempre estar junta, perto um do outro.

Eu cresci amando loucamente Rubisney e tendo cada vez mais certeza da importância paterna na vida de uma pessoa. E tive muita sorte, pois sou rodeada delas. Tenho o privilégio de assistir de camarote, dia após dia, demonstrações lindas de amor, de figuras fantásticas ao meu redor...do meu pai, dos meus avôs, tios, do pai da minha filha e de Deh, claro :). Tenho a certeza que todas essas pessoas dão a sua parcela de contribuição para um mundo melhor, porque criam e criaram seres humanos maravilhosos.

Hoje, tenho a alegria e o orgulho de dizer que sou o que sou por causa dele. E no seu dia, mais uma vez, quem ganha o presente sou eu: meu pai de nome esquisito, que conquistou e conquista tantos amigos, um homem com um carisma peculiar, tão querido por todos à sua volta e amado pela sua família, o quarteto fantástico! :)

E eu sei que é clichê, mas não existe outra frase pra terminar a minha homenagem melosa nesse segundo domingo de agosto: ‘meu pai é sim, o melhor do mundo!’. E tenho dito!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O MEU SONHO NÃO ACABOU!!!

HOJE MEU CORAÇÃO BEATLEMANÍACO, FINALMENTE, SOSSEGOU!! AS DATAS DOS SHOWS DO PAUL NO BRASIL JÁ FORAM DIVULGADAS E PARA MEU DELÍRIO, ELE SE APRESENTA NO MARACANÃ, RIO!!! É MUITA FELICIDADE PRA UMA FÃ QUE PASSOU A VIDA ESPERANDO ESSE DIA: 16 DE ABRIL DE 2010!

HOJE EU VOU DORMIR MAIS FELIZ DO QUE NUNCA...PORQUE EU VOU VER UM BEATLE!!!



OS SHOWS DE SIR PAUL NO BRASIL:

16 DE ABRIL DE 2010: MARACANÃ, RIO

18 DE ABRIL DE 2010: MORUMBI, SÃO PAULO

21 DE ABRIL DE 2010: ESPLANDA DOS MINISTÉRIO, BRASÍLIA

Mais informações: http://www.songkick.com/artists/300543-paul-mccartney/calendar

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O barulho bom do Oasis e seu novo‘Dig Out Your Soul’


Minha paixão pelo Oasis sempre foi declarada e rasgada. Adoro os caras, tenho todos os discos e acompanho a carreira deles com a esperança de que o ‘ódio mortal’ – pra mim é puro marketing – entre os irmãos não destrua o ótimo som que a banda faz, pelo contrário, que essa ira só ajude a galera a fazer discos cada vez melhores :P, como foi o caso do ‘Dig Out Your Soul’ – até parece que a briga e desarmonia em família foram as maiores contribuições para integração e o ápice da maturidade musical da banda. Bom, eu sei que tô atrasada, porque o disco saiu em 2008, mas só agora escutei na íntegra, com paciência e atenção. E como eu já previa, achei fantástico! Até o Liam resolveu sair do seu pedestal e se arriscar em algumas composições, com ‘I’m Outta Time’, embora ele já tivesse escrito a belíssima ‘Songbird’.

Mas vamos ao que interessa. O Oasis finalmente mostrou, nesse disco, um lado que eu sempre quis ver: um som mais pesado, com guitarras mais arrastadas e baterias mais fortes. Aliás, sem desmerecer o Zak (filho do Ringo Starr, que era o antigo baterista), o novato Chris Sharrok definitivamente deu uma pegada mais ‘rock’ às músicas. O resultado não poderia ter sido melhor. A banda alia no “Dig Out...” excelentes harmonias com ótimas letras, algumas ao velho estilo ‘Oasis’ de ser – tipo “Quem sou? De onde vim? Pra onde vou?” – e outras simplesmente falando de amor, aberta e diretamente. Estariam os irmãos briguentos amolecendo com a chegada aos 40, filhos e casamentos?

A muito boa ‘Bag it Up’ abre o caminho para ‘The Turning’ e a ótima ‘Watching the Rapture’, uma das músicas mais pesadas do álbum – não parece Oasis e até a voz do Liam tá diferente. Um fato curioso é a introdução...se fosse por ela, a banda poderia ter sido facilmente acusada de plágio, pois é exatamente igual à ‘Five to One’, do Doors.


Tô dizendo que é tudo marketing desses dois...


Depois da belíssima ‘I’m Outta Time’, de Liam, que contrariou sua dislexia e fez uma linda e nostálgica canção –, ‘Get off your High Horse’ quebra o ritmo do disco, com letra e harmonias simples, mas forte ao mesmo tempo e dá espaço a ‘Falling Down’ e seus primeiros acordes que lembram ‘Tomorrow Never Knows’, dos Beatles – só reforçando que haja o que houver, eles nunca vão parar com essa mania de imitá-los.

‘To Be Where There’s Life’ tem a velha influência de George. Eles adoram citar sua obra ‘inconscientemente’...a cítara aparece na introdução pra ressaltar a cultura hindu, seguida e amada pelo ex-beatle – em ‘The Hindu Times’ foi a mesma coisa. A base do baixo lembra uma ‘Taxman’ mais lenta. E pra fechar com chave de ouro, tem ‘Ain’t Got Nothing’, que eles tocaram em SP e foi a que mais me chamou atenção no show (infelizmente, visto pela TV). É a melhor do disco, a bateria é brilhante e gruda na cabeça.

Na minha opinião, o “Dig Out...” é cheio de sentimento, apesar da frieza já conhecida dos irmãos. As letras são bonitas, os arranjos estão muito bem feitos e o mais importante é que eles estão tocando rock’n’roll. O bom e velho! Mas tem aquela coisa do Oasis né...de ser um disco onde as músicas serão sempre ‘familiares’, aquelas que em certo ponto, você acha que já conhece, já ouviu...porque é uma característica típica deles – ‘The Shock of the Lightning’ ta lá pra provar. A diferença agora é que o som está realmente mais pesado e tem menos daquela coisa de guitarra elétrica e menos riffs também. Com certeza, um disco que superou os últimos trabalhos da banda, massacrados pela crítica – e que traz de volta à velha forma os irmãos Gallagher. Com ou sem briga, eles são muito bons!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

ADEUS, JACKO!


Digam o que quiserem, mas hoje, dia 25 de junho de 2009, o mundo da música sofreu uma grande perda. Aos 50 anos, o cantor e ‘showman’ Michael Jackson, morreu após uma parada cardiorespiratória em sua casa, em Bel Air, Los Angeles.

Estava jantando quando vi o plantão e confesso que me deu um nó na garganta. Eu nunca fui fã de carteirinha, mas como qualquer pessoa que cresceu nos anos 80, conhecia muito o seu trabalho e claro, dancei muito ao som de “Thriller”, o disco mais vendido da história – meu pai tinha o vinil :)

Jackson começou a cantar e dançar aos cinco anos de idade, mas foi somente aos onze, como vocalista dos
Jackson 5 – banda composta pelos seus irmãos – que ele mostrou ao mundo o seu potencial. Depois de muito sucesso liderando o grupo, na década de 70 deixou a banda e partiu para uma carreira solo aclamada: cinco de seus álbuns de estúdio se tornaram os mais vendidos mundialmente de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory: Past, Present and Future – Book I (1995).

No entanto, Jacko, como era carinhosamente chamado pelos fãs, passou a vida enfrentando problemas pessoais, até que eles engoliram sua carreira e criatividade musical, dando lugar a um homem esquisito, que agia de forma cada vez mais doentia. Passando pela infância pobre e sofrida, agressões por parte do pai, uma transformação física absurda que fez com que ele ficasse ‘branco’ e irreconhecível, escândalos envolvendo acusações de pedofilia – mesmo sendo inocentado – , as bizarrices – o casamento com a filha de Elvis (hã?) –, entre gastos astronômicos com futilidades, a perda de grande parte da sua fortuna, a criação esquisita dos três filhos ‘mascarados’ e claro, a grande lacuna musical que deu espaço a todo esse caos em que viveu o cantor, nos últimos meses, os rumores de um câncer agressivo de pele deram início a novas especulações, que ficaram ainda mais fortes quando foi anunciada a transferência de alguns shows que ele faria em Londres. Seria o retorno do ‘Rei do Pop’ depois de dez anos longe dos palcos. Seria a retomada de uma carreira brilhante e eu queria muito ter visto.

Na verdade, o motivo do meu post, além de lamentar, é também pra falar um pouco sobre o grande legado deixado por ele. Michael Jackson praticamente inventou um novo jeito de fazer música, ou melhor, de aliá-la ao showbusiness e mesmo assim, conservar a sua identidade e acima de tudo, qualidade. Como todo mundo sabe, meu negócio é rock, mas em termos de pop - e se for pra gostar de pop - eu fico mesmo com ele e com sua ‘Billie Jean’, ‘Bad’, ‘Thriller’, ‘Beat it’ e “Black or White’. O cara criou o ‘moonwalk’, o passo mais louco e legal da música, aquela dancinha que no fundo, todo mundo já quis imitar, porque é simplesmente ‘cool’. Ele revolucionou a maneira de fazer clipes, transformando vídeos em verdadeiras produções cinematográficas, fez pop sem perder o ‘soul’, o gingado tão presente na música negra e formou parcerias memoráveis com grandes artistas, inclusive com o Paul McCartney. Enfim, o cara inovou sim! E era talentoso pra cacete!

E em meio a toda essa surpresa, a esse turbilhão de informações sobre a sua morte, não consigo deixar de imaginar o que realmente aconteceu com ele. Eu não digo hoje, mas ao longo dos anos...o que aconteceu com a sua vida? Com seu estado de espírito? Com sua sanidade... se ele estava realmente doente e foi isso que causou sua morte, que doença era essa? De onde ela veio? Da sua mente? Da sua alma? O homem pode mesmo reverter todo o sofrimento vivido em doença física a ponto de morrer por isso? Se sim, fico triste em pensar que talvez, um dos caras mais importantes da música, um ícone, um ídolo, amado por milhões de pessoas, tenha morrido sozinho em casa, sem ar e sem coração...

Só espero que o seu legado seja perpetuado – e sei que vai – pra que no futuro eu possa mostrar à minha filha o que esse cara fez. Porque é, sem dúvida, um trabalho que vale a pena ser mostrado. E quem sabe, agora ele vai poder descansar em paz de tudo que passou em vida...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Kings of Leon: do Sul para o Indie Rock, com louvor!

Desde o início da década, me apaixonei pelo ‘indie rock’ e venho acompanhando algumas bandas que se lançaram na época. São as minhas ‘apostas pessoais’, uma galera que surgiu depois de uma ‘parada’ no cenário musical e que faz um som de ótima qualidade. E aí eu comecei a escutar algumas coisas que pesquisava na internet ou ouvia na MTV, quando eu ainda era uma telespectadora assídua do canal. Então, ‘adotei’ algumas – Franz Ferdinand, Strokes, White Stripes, Raconteurs, Arctic Monkeys, Bloc Party e por aí vai... – e fico sempre esperando ansiosamente pelo lançamento de qualquer material novo dessa pessoal.

Uma dessas bandas que me chamou atenção logo de cara foi o ‘Kings of Leon’. Primeiro pela voz de Caleb Followill, que tem um timbre bem particular, agudo e rouco ao mesmo tempo – não sei bem explicar, mas que é do tipo que eu gosto de escutar – e depois porque eles tocam o rock que eu gosto de ouvir: simples e forte...como whisky puro, que desce rasgando.

E isso é bem evidente no primeiro disco da banda, o "Youth and Young Manhood”, com as já clássicas ‘Holly Roler Novocaine’, ‘California Waiting’, ‘Red Morning Light’ e o hit ‘Molly’s Chambers’, que tocou muito na época...provavelmente vocês já ouviram. O disco foi um sucesso e como de costume, as bandas que estouram logo de primeira, sucumbem ao desespero de ter a todo custo, que superar o trabalho anterior. Na minha opinião, o “Aha Shake Heartbreak” foi o resultado da sobra, do que não entrou no primeiro e aí não deu outra: ficou repetitivo. No entanto, boas músicas como ‘King of the Rodeo’ e ‘Pistol of Fire’ salvaram a pátria. O terceiro e insuportável “Because of the Times” fez com que eu desse um tempo na banda, porque é um disco realmente chato, lento e distante de tudo que eles tinham feito até então.

Porém, com o lançamento de “Only by the Night”, parece que os caras se acharam de novo. O álbum concorreu na categoria "Melhor Álbum de Rock" no Grammy e com o single “Sex on Fire’, recebeu duas nomeações: "Melhor Performance de Rock por Duo ou Grupo com Vocais" e "Melhor Canção de Rock", além de ter recebido o prêmio de "Álbum do Ano" de 2008 pela Q Magazine e eleito pela revista Rolling Stone como o 20º melhor álbum do mesmo ano.

Aplausos para as excelentes ‘Sex on Fire’, com ótimos arranjos e riffs, ‘Use Somebody’, que com certeza vai virar um hit nesses canais de música, ‘Crawl’ - com guitarras pesadas e muitos efeitos, além da religiosidade da banda em versos como ‘The reds and the whites and abused, the crucified USA, I said the prophecy unfolds, all hell is surely on its way’ – e ‘Closer’, também cheia dos efeitos.

Por falar neles, os efeitos nas músicas parecem ter permitido uma inovação na banda, geralmente com um som bem cru. Funcionou. Eles conseguem manter o rock na veia mesmo experimentando novos sons, coisa que na maioria das bandas alternativas acaba se transformando no ‘feitiço que virou contra o feiticeiro’.

O fato da ‘Kings of Leon’ ser uma banda muito boa tecnicamente ajuda, é claro. A qualidade do som do ‘Only...’ é impecável, os arranjos são muito bem feitos e eles evoluíram nitidamente no quesito composição. Ao vivo eles provam a minha ‘teoria’ e incendeiam platéias, tudo bem ao estilo ‘rock do sertão’ – isso porque a banda é de Nashville, no Tennessee.

Formado pelos irmãos Caleb (guitarra e vocal), Jared Followill (baixo), Nathan Followill (bateria) e pelo primo Matthew Followill (guitarra), durante toda a infância e começo da adolescência eles tiveram uma educação muito rígida, estudaram em casa e eram proibidos de assistir televisão ou ouvir música secular. Enquanto o pai ainda fazia parte da associação religiosa, os caras faziam parte da banda da igreja.

Depois de muito sucesso e primeiros lugares na Europa e Oceania, só com o disco mais recente eles foram, finalmente, reconhecidos pelos próprios conterrâneos, que sempre tiveram preconceito com tudo que vem do Sul do país. Mas como eu sempre digo e repito que os americanos não sabem nada de música (salvo raras exceções), recomendo pra quem não conhece o trabalho da banda. Uma dica: comece pelo “Young...”, primeiro disco e depois pule pra o “Only...”. Daí já vai dar pra sacar qual é a dos caras e o mais importante: a evolução fantástica, que pode ser a transformação de uma ‘Kings of Leon’ com seu rock sulista em uma consagrada banda de indie rock – e das melhores.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A razão de uma vida....



Malu com Channel - que nem é dela... :)

Eu, como mãe, acredito mesmo que mais especial do que o nascimento de um filho, é ver sua personalidade se formando. De repente, você começa a se enxergar ali na sua frente, na figurinha de um ser pequenino, de apenas três anos!

A Malu tem muito de mim e confesso que às vezes isso me assusta. Sei que não sou uma pessoa fácil e no fundo, mesmo ela também sendo 'de Peixes', queria que ela fosse mais ‘pisciana’ de vez em quando, um pouquinho mais fácil...Mas, contraditoriamente ao fato dela ter herdado meu DNA no aspecto teimosia e outras coisas que eu mesma detesto em mim, a minha filha tem uma doçura que derrete, me derruba, me deixa desnorteada e me preenche com uma felicidade que é inexplicável.

Ao mesmo tempo em que às vezes, por ser filha única, tem dificuldade em dividir as coisas, ela é capaz de entrar numa daquelas lojas enormes de brinquedos e ir direto na sessão das Barbies pra ‘me mostrar uma surpresa’ - como ela diz -, ficar admirando cada uma delas como se fosse um tesouro e quando eu pergunto se ela quer uma, ela responde feliz da vida: “Não, mamãe, brigada, eu já tenho a minha”. E continua olhando cada brinquedo da loja pelo simples prazer de estar ali, comigo, naquele mundo cheio de novidades. Outro dia, eu que sou louca pra ter um cachorro – aliás, uns três – perguntei se ela queria um, na esperança de que isso pudesse ser uma desculpa pra comprar um na hora! E ela, toda serena, virou e me disse: “Eu já tenho dois, mamãe...Channel e Lennon”. E eles nem são dela... a Channel é da dinda e o Lennon é meu e ‘mora’ na casa da minha mãe. Mas ela sente como se fossem dela e isso basta. Pra que mais?E na minha ainda curta, porém tão intensa ‘jornada maternal’, eu já consigo ver essa menina doce e forte se formando...construindo uma personalidade que é só dela. O orgulho de mãe é realmente um sentimento que não dá pra explicar em palavras. A gente sente no dia-a-dia, com os gestos, as palavras, as novas descobertas dessas criaturinhas tão cheias de sabedoria, de criatividade...

E depois de um dia daqueles, quando você chega em casa morta de cansaço, ela te recebe com um abraço tão apertado e ‘vários beijos babados’, que aí você se sente renovada pra qualquer batalha. E tem a certeza de que vai dar tudo certo, porque ela existe...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

CONQUISTAS...


"O melhor da amizade de verdade mesmo, é receber uma ligação que transforma o péssimo dia que você tá tendo em um dia simplesmente feliz. A sua felicidade vai ser sempre a minha! As suas vitórias serão sempre motivos de orgulho pra mim...e é assim que me sinto agora: orgulhosa e feliz...por vc, minha cunhada :P, minha amiga, minha irmã.. :)"


VAI QUE É SUA!!!!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pra dar uma 'engrenada'...


Nossa, como é difícil manter um blog atualizado, viu...ou é falta de tempo, ou de vontade, de criatividade, de inspiração, ou os problemas da vida mesmo, que acabam tomando uma grande parte do seu tempo, da sua alma...

E além disso - logo eu, que adoro escrever - tenho sentido ultimamente um bloqueio ‘intelectual’ absurdo, daqueles em que não sai absolutamente nada de lugar nenhum. Então resolvi dar um ‘up’ na minha página...dar uma colorida, uma renovada, pra ver se a coisa volta a engrenar de novo...e espero que essa ‘engrenada’ aconteça também na minha vida profissional, que vira e mexe teima em me dar uma rasteira e me deixar extremamente ‘desiludida’... e que pelo menos aqui, eu possa continuar fazendo uma das coisas que eu mais gosto na vida: escrever :)

Agora, se isso vai ser meu ‘ofício’ para sempre...’God only knows...’ :P

segunda-feira, 23 de março de 2009

“They’re so fuckin’ special!”

Quando eu decidi ir pro Rio ver o Radiohead, minha cabeça só conseguia pensar: ‘Porra, vou ver os caras, não acredito!’. Quem me conhece, sabe que eu sou MUITO fã dos Hermanos, mas o tal do hiato me deixou meio desanimada, desempolgada com a banda e desde então fiquei mais na defensiva. Só cheguei a me desarmar mais com o ‘Little Joy’, que é muito bom e também porque eu acho o Amarante a alma da banda - e isso ficou muito claro no show. Mas, enfim, me perdi no meio da conversa :P. Então, eu sempre fui muito fã do Radiohead até o ‘Hail to the Thief’, quando dei uma surtada com aquela coisa toda meio louca e só voltei a curtir a banda mesmo com o ‘In Rainbows’, que é pra mim, um dos melhores discos dos últimos 20 anos.

E aí, quando os caras confirmaram a vinda, eu só conseguia pensar em vê-los, mesmo estando super feliz em ver o ‘retorno’ dos Hermanos. Então, mais uma vez, me piquei pro Rio, naquela secura de Thom Yorke. Ele, aliás, foi pra mim um dos pontos mais altos da noite! Com aquele jeitinho ‘gasguita’, magrela e cor de papel, ele surpreende quando a banda começa e vira um gigante no palco: carismático, performático e levando 30 mil pessoas ali, na hipnose, praticamente. Pelo menos foi assim comigo e eu mal conseguia olhar pro lado!

A banda entrou incitando a galera a bater palma pra ’15 Step’ (que baixo é esse nessa música, hein?) e de cara já dava pra sentir o clima do que estava por vir. Aí eles já emendaram com uma das músicas mais fantásticas de todos os tempos: “Airbag’. Mas o repertório dos caras estava impecável, passeando por toda a carreira, até pelo maldito “Hail...” e os momentos altíssimos do show pra mim foram, além do começo, “Just”, “House of Cards”, “No Surprises”, “Jigsaw Falling Into Place”, “There There” e “Creep”. Nessa última, eu quase tive uma síncope, com aquelas guitarras sincronizadas com a iluminação do palco, parecendo que a Apoteose ia explodir! Nossa! Aliás, o palco foi um show à parte! As luzes todas acompanhavam os solos de guitarra, quando não, um Yorke enfurecido lá em cima! E que som perfeito! Palmas para a produção do show.

Mas o que me ‘atraiu’ no Radiohead foi essa mistura do rock com elementos eletrônicos que eu sempre gostei. Sou fã declarada do Joy Division/New Order, Depeche Mode e essa galera toda do início dos anos 80, então essa mesclagem é algo que me encanta muito. Outra banda que segue essa vertente é o Franz Ferdinand, que eu amo, mas o Radiohead é diferente, porque é muito mais ‘roquenrou’ e eles evoluíram muito nesses 20 anos, atingindo um nível de maturidade musical muito difícil de se achar por aí. Depois de Roger Waters, o eles têm a medalha de prata no meu pódio pessoal de ‘espetáculos’. Inesquecível!


Bom, aproveitando essa onda do eletrônico e tal, falo logo do Kraftwerk, a surpresa da noite. Quer dizer, nem foi tanto assim, porque já imaginava que fosse gostar, mas eu acabei me amarrando muito mais do que pensava! Os tiozinhos alemães levaram a galera ao delírio com clássicos do ‘Autobahn’ e ‘The Man Machine’, que eu não conhecia, mas que já estou baixando. Fora que o lance da banda é muito surreal, de quatro caras lá em cima só no laptop fazendo aquele som meio louco, mas que com aquelas palavras no telão fazem todo sentido, sabe? E fora que eles já faziam isso em 1974, quando o mundo respirava rock e punk, ou seja, uma revolução no cenário musical da época e que continua arrebatando fãs mundo a fora, inclusive aqui. A escolha da banda pra anteceder o Radiohead fez todo sentido, algo do tipo, “olha, tudo começou com isso aqui e hoje vocês ouvem coisas fantásticas como isso aí”. Foi isso.

E quanto ao Los Hermanos? Bom, só Deus sabe o quanto me dói dizer isso, mas eu esperava infinitamente mais dos caras. Então assim, nem vou me estender muito pra também não fazer nem uma injustiça, porque por exemplo, o som não tava legal e de repente, isso pode ter desfavorecido. Mas o fato é que eles também não se esforçaram muito não. A banda estava ‘afinada’, pra quem não tocava junto há dois anos, mas não tinha ‘sangue na veia’, sabe? E teve uma hora que eu comecei a me constranger como fã e pelos fãs que estavam lá, se descabelando. Mas enfim, tiveram alguns momentos que salvaram o show, como ‘Sentimental’, que pra mim é escandalosamente insuportável de tão linda. E no final das contas, sempre tem Amarante, né? Aí não tem jeito...

Na verdade, as três bandas se reuniram pra tocar no ‘Just a Fest’ e o que eu achei mais legal é que os três grupos são de culto e não de massa, então os públicos eram diferentes, mas todo mundo naquela mesma ‘onda’ de estar ali vendo, ‘cultuando’ suas bandas preferidas. Então os shows tiveram muita emoção, essa troca de energia com o público, o que na minha opinião, é indispensável. E de resto, que Thom Yorke e sua trupe volte muitas e muitas mais vezes ao Brasil...porque com certeza, eu vou estar lá!

Segue o set list do Radiohead no Rio - em São Paulo a ordem foi diferente e parece que o show também, mas aí eu não saberia dizer porque detesto aquele lugar e não falo sobre isso :P

15 Step
Airbag
There There
All I Need
Karma Police
Nude
Weird Fishes/Arpeggi
The National Anthem
The Gloaming
Faust Arp
No Surprises
Jigsaw Falling Into Place
IdiothequeI Might Be Wrong Street Spirit (Fade Out)
Bodysnatchers
How To Disappear
Completely

Bis 1
Videotape
Paranoid Android
House of Cards
Just
Everything In Its Right Place

Bis 2
You and Whose Army?
Reckoner
Creep

segunda-feira, 16 de março de 2009

CONTAGEM REGRESSIVA!


RUMO AO RIO PRA VER RADIOHEAD E LOS HERMANOS! :P



CONTO TUDO NA VOLTA...



BJAS!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

"Little Joy", a alegria em doses homeopáticas...

É oficial: estou viciada na 'Little Joy'!

Demorei a escrever porque queria ter certeza que daria certo. Sabe como é? É o famoso tratamento homeopático...aquele que você vai tomando o medicamento em doses pequenas...é longo, mas que pode dar certo e lógico, tem que acreditar! – mais adiante eu explico a analogia.

Pois foi assim que me senti na primeira vez que ouvi a banda. Tudo bem, quem me conhece sabe que adoro Los Hermanos e o julgamento poderia ser tendencioso, mas o que me fez olhar diferente pra banda foi, definitivamente, o Fabrizio Moretti, baterista de uma, na minha opinião, das melhores bandas de rock surgidas nos últimos quatro anos: Strokes. Ouvi pela primeira vez em 2005 e desde então, ela é obrigatória no meu I-pod. E aí, curtindo aquela fossa logo depois que os Hermanos anunciaram o tal do hiato – e quando o Camelo lançou aquele CD pra quem sofre de insônia – eis que o Amarante, que havia conhecido o Moretti em 2006, chama o cara pra montar uma banda, junto com a multi-instrumentista Binki Shapiro – que voz incrível! Aí eu me animei e baixei o disco.

Que grata surpresa! Agora eu volto a falar da minha comparação da banda com um tratamento de homeopatia...eu ouvi, ouvi e ouvi MIL vezes pra me apaixonar de verdade por cada uma das músicas que, acredito eu, satisfaz os fãs das duas bandas. Tem a levada tranqüila, típica do Los Hermanos e um ‘quê’ de Strokes que fica implícito – e é aí que tá a graça da coisa. Eles misturaram os dois e o resultado é incrível. Pra mim, a 'Little Joy' funciona assim: eu fico ouvindo e de repente, a música vai me levando a um estado de alegria crescente, até que eu comece a sorrir sem perceber...e essa é a intenção da música, não é? Te levar a lugares desconhecidos, pensamentos que você nem sabia que podia ter.

A minha música favorita é ‘Brand New Start’, não apenas por dizer muito sobre o atual momento da minha vida, mas porque quando eu ouvi pela primeira vez eu me senti num filme da década de 50, naquelas ruas largas americanas cheias de árvores, voltando pra casa com o namorado depois de uma sessão de cinema....apaixonante!

Mas a banda não é pra quem espera rock. Tem muito violão, inclusive Moretti toca em algumas das músicas. A voz de Amarante tem aquele ‘toque’ envelhecido, que muitas vezes lhe dá a impressão de estar ouvindo um vinil e o vocal de Shapiro dá o arremate final na mistura: lindo, suave e forte ao mesmo tempo. As músicas são curtas, o que pra mim é ideal numa banda, principalmente se ela é nova e tem um público a conquistar. Às vezes a gente quer ouvir logo, analisar logo e gostar logo. Nada daquela coisa muito progressiva, cheia de lero-lero...(nada contra, meu amor :P)

Vou destacar aqui algumas outras: ‘The Next Time Around’, com uma introdução no violão, bem anos 60, mas que mesmo assim, ainda lembra os Strokes. Amarante canta um verso em português, que dá um charme todo especial à música.

‘Keep me in Mind’ poderia ter sido uma dos Strokes facilmente. Até o vocal de Amarante tá parecido com o de Casablancas, numa canção linda de despedida. Muito fofa!

‘How to Hang a Warhol’ é divertidíssima e te faz querer dançar. Eu adoro isso numa música, mesmo sem saber dançar, porque significa que ela te levanta, mexe com você e te faz querer fazer coisas que nem são do seu feitio.

E pra quem não quer largar nunca a mania de ser um fã chato do LH - meu caso -, tem ‘Evaporar’, que entraria facilmente no CD ‘4’ da banda. Ou seja, é linda, mas chata. Pode? Claro, claro...e funciona bem assim!

Enfim, poderia enumerar outras, mas aí recomendo que vocês escutem e tirem suas próprias conclusões. A 'Little Joy' é densa, uma banda com excelentes músicos e letras bem trabalhadas com instrumentos simples. Dá até pra imaginar uma sessão de gravação: um banquinho e um violão... :P Então, pra quem acredita que simplicidade é um ingrediente fundamental na música e que a felicidade pode sim, vir em doses homeopáticas, fica aí a dica!

Ah, uns vídeos pra quem quer conhecer melhor:

http://www.youtube.com/watch?v=TxEpngNm_Us
http://www.youtube.com/watch?v=vRgrMby-XUE&feature=related

Bjos e até!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

.felicidade.


"vc tá feliz?"

"como nunca estive em minha vida!"

"vc me queria msm?"

"nunca desejei nada tanto quanto quis vc pra mim..."

...pausa...

"te amo mto..."

...e a felicidade é mesmo simples assim...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Big Brother: o martírio nosso de cada dia...

Todo começo de ano traz um martírio pra mim: o Big Brother! Gente, eu sei que devo ser minoria - nunca vi uma coisa tão ruim dar tanta audiência como esse programinha - mas eu detesto!

Tudo bem, o primeiro, há quase dez anos atrás, foi uma novidade e eu assisti sim, não assiduamente, mas acompanhei. Agora já está bom, chega! Dez anos depois, a fórmula do programa é EXATAMENTE a mesma! Uma loira peituda, um gostosão sarado, um gay e UM negro (no máximo dois...patético...), um mais velho pra polemizar, um pobre pra comover e por aí vai...

Mas o que me intriga é como uma receita tão batida, previsível e chata ainda consegue causar esse impacto na televisão brasileira...cadê o conceito de qualidade? Um padrão mais alto como opção pra quem não gosta disso? Antes de mais nada, queria deixar bem claro que eu AMO televisão, sou viciada e o tempo que tenho livre, eu tô assistindo alguma coisa. Muitas vezes já me peguei vendo programas muito ruins mesmo, por curiosidade. Mas sério, o BBB, especialmente as últimas edições, têm sido tão chulas, uma exibição gratuita de bunda e peito, de ‘casos’ ensaiados pra ganhar a simpatia do público e principalmente, um show de horrores de personalidades humanas. Não tem um ser ali dentro que agregue nada de bom pra ninguém aqui do ‘lado de fora’. O pior de cada um é jogado, cuspido na cara do telespectador, que infelizmente, gosta...

E por mais que eu não acompanhe, todo mundo só fala disso, então eventualmente você acaba sabendo de alguma coisa. Eu, pelas chamadas que vi na TV, percebi que nessa edição a galera já mostrou que só quer mesmo a grana. Uns três participantes disseram em alto e bom som que “se precisar mentir, eu minto mesmo”. Olhe gente, eu não sou nenhuma santa, mas sei lá, me parece tão feio exibir seus piores defeitos em rede nacional e achar natural. Anyway...

Aliás, duas coisas básicas parecem motivar os milhares e milhares de vídeos que a Globo recebe de candidatos ensandecidos por uma vaga na casa: dinheiro e fama, embora eu ache a maior queimação do mundo ser taxado pra sempre de ex-BBB. Expectativa das mulheres após saírem da casa: Playboy. Dos homens: nenhuma, a não ser que seja o vencedor do milhão. É claro que existem exceções...poucas, mas existem. Ah, não vou citar nenhuma não! Muito chato...Fora o desperdício do talento de Pedro Bial, né...

Enfim, ainda tenho mais um ano (a Globo comprou um pacote de dez anos do programa e estamos no 9º) pra reclamar dessa programação sacal que é imposta pra um monte de gente. Eu, felizmente, ainda tenho a opção de ter uma TV a cabo, mas triste de quem não tem e não gosta do programa. Porque é isso, a novela da Record sobre os mutantes que dominam a Terra ou a novela de Íris Abravanel (mulher de Sílvio Santos) no SBT. AH!! Como pude esquecer? Tem Luciana Gimenez na Rede TV, aquele poço de sabedoria! :P É...na dúvida, melhor fazer como o pessoal do interior: ficar sentado na porta vendo o tempo passar...ou passar o tempo fazendo filho. :P